quarta-feira, junho 15, 2005

Rotina


Rotina

Passamos pelas coisas sem as ver,
gastos, como animais envelhecidos:
se alguém chama por nós não respondemos,
se alguém nos pede amor não estremecemos,
como frutos de sombra sem sabor,
vamos caindo ao chão, apodrecidos.

Eugénio de Andrade

8 comentários:

Madalena disse...

Ele bem sabia...

:)

aDesenhar disse...

e nós também sabemos...

:)

Bastet disse...

Gostei muito da escolha da imagem. :)

LUA DE LOBOS disse...

acho que a grande parte dos humanos já nem sabe o que é estremecer...

belíssimo poema... que mais há para dizer...

wind disse...

Pois é...

LUA DE LOBOS disse...

ai que saudades de Paris...
pois... eu não conto as barbaridades desenhadas por um colega e amigo nos guardanapos de papel das pastelarias finas da Baixa lisboeta dos anos 60 e que depois eram repostos cuidadosamente no meio dos outros guardanapos à espera de que uma incauta e púdica senhora os tirasse...
Nunca me vou esquecer os gritinhos de puro escandalo... e os rubores violentos que as consumiam...
Nesse ano fomos vetados de entrar nalgumas das mais famosas pastelarias de Lisboa.

Anónimo disse...

"É urgente o amor.
É urgente um barco no mar.
...
...
Cai o silêncio nos ombros e a luz
Impura, até doer.
É urgente o amor,
É urgente permanecer."

(urgentemente/Eugénio de Andrade)

aDesenhar disse...

guess

:)