quinta-feira, junho 02, 2011

Aldeia global

Aldeia global





«Do meu local, saúdo todos os locais. Da minha janela, todos os transeuntes. Da minha aldeia, todas as aldeias. De mim, a Humanidade. O que está no alto vê, geograficamente. O que está dentro, profundamente. O que está por cima domina. O que está por dentro é hospede. O movimento histórico é uma queda acelerada uniformemente no plano inclinado do tempo. O tempo dinheiro, os espaços privativos, a Humanidade periférica: milhares de milhão na berma da vida e do ser. A Globalização divisão da Terra por um: Terra nenhuma para o local e toda para o global.


A todos, aos companheiros do estradão da História, à elite eleita pela vida e aos eleitos elegidos por Deus, aos mortos e caídos na berma, aos atropelados, às crianças que morrem secas de seios secos, aos órfãos do ser e do ter, a todos, para quem não há Shakespeare, Deus, Kant, Marx, saúdo. E a ti, Humanidade, minha contemporânea, extemporânea, e a vós, conterrâneos, estrangeiros na própria terra, e concidadãos, em terra de súbditos, saúdo, igualmente. Cidadania e cidadão? Como, se as cidades estão vazias, os subúrbios dormitórios e a ágora sem polémica? O homem universal? Mas alguém sabe de si?


Em verdade, em verdade vos digo: antes da chegada do citoyen du monde, todos serão escravos pós-modernos. Os empreiteiros do global sempre foram os impérios: local onde os locais desaguam: todos os caminhos vão dar a Roma, toda a pirataria a Londres, todos os mares a Lisboa, toda a barbárie a Berlim, todos os caminhos, mares, céus, barbárie, pirataria e petróleo a Washington. A distância entre mare nostrum e full spectrum dominance é a distância entre Roma e Washington. Depois, tudo se esquece e amanhã a História cantará a americanização como hoje, com excepção de Astérix e Obélix, canta a romanização. As histórias aos quadradinhos são bem mais verdadeiras do que a livre. A História tem e cumpre o seu destino: o império global e a dialéctica entre local e global o seu motor. Os homens: obreiros. O intervalo entre os impérios é feito de guerra para chegar a eles. A paz vem com os impérios: pax romana, pax americana. A História, como construção do império global, consummata est: em Washington, a mais ocidental das Babilónias. Em nome da democracia.


E tu, Sócrates, que não és de Atenas nem de Coríntio, de onde és? Atenas histórica deu-te a cicuta, Atenas eterna a eternidade.»

quarta-feira, fevereiro 02, 2011

no coment,

terça-feira, janeiro 18, 2011

No comment

ops... falta-lhe o fato e a gravata. :$

sexta-feira, dezembro 17, 2010

Dr. Demonto

domingo, julho 18, 2010

Happy Birthday Madiba

sábado, julho 03, 2010

Meu caro amigo, a coisa aqui tá preta


 Meu caro amigo
Chico Buarque

Meu caro amigo me perdoe, por favor
Se eu não lhe faço uma visita
Mas como agora apareceu um portador
Mando notícias nessa fita

Aqui na terra tão jogando futebol
Tem muito samba, muito choro e rock'n'roll
Uns dias chove, noutros dias bate sol

Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta

Muita mutreta pra levar a situação
Que a gente vai levando de teimoso e de pirraça
E a gente vai tomando e também sem a cachaça
Ninguém segura esse rojão

Meu caro amigo eu não pretendo provocar
Nem atiçar suas saudades
Mas acontece que não posso me furtar
A lhe contar as novidades

Aqui na terra tão jogando futebol
Tem muito samba, muito choro e rock'n'roll
Uns dias chove, noutros dias bate sol

Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta

É pirueta pra cavar o ganha-pão
Que a gente vai cavando só de birra, só de sarro
E a gente vai fumando que, também, sem um cigarro
Ninguém segura esse rojão

Meu caro amigo eu quis até telefonar
Mas a tarifa não tem graça
Eu ando aflito pra fazer você ficar
A par de tudo que se passa

Aqui na terra tão jogando futebol
Tem muito samba, muito choro e rock'n'roll
Uns dias chove, noutros dias bate sol

Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta

Muita careta pra engolir a transação
E a gente tá engolindo cada sapo no caminho
E a gente vai se amando que, também, sem um carinho
Ninguém segura esse rojão

Meu caro amigo eu bem queria lhe escrever
Mas o correio andou arisco
Se me permitem, vou tentar lhe remeter
Notícias frescas nesse disco

Aqui na terra tão jogando futebol
Tem muito samba, muito choro e rock'n'roll
Uns dias chove, noutros dias bate sol

Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta

A Marieta manda um beijo para os seus
Um beijo na família, na Cecília e nas crianças
O Francis aproveita pra também mandar lembranças
A todo o pessoal
Adeus

quarta-feira, junho 23, 2010

José Saramago

POEMA À BOCA FECHADA

Não direi:
que o silêncio me sufoca e me amordaça
calado estou, calado ficarei,
pois que a língua que falo é de outra raça.

Palavras consumidas se acumulam
se represam, cisterna de águas mortas
Ácidas mágoas em limos transformadas,
Vaza de fundo em que há raízes tortas

Não direi:
Que nem sequer o esforço de as dizer merecem,
Palavras que não digam quanto sei
Neste retiro em que me conhecem.

Nem só lodos se arrastam, nem só lamas
Nem só animais boiam, mortos, medos,
Túrgidos frutos em cachos se entrelaçam
no negro poço de onde sobem dedos

Só direi,
Crispadamente recolhido e mudo,
Que quem se cala quando me calei
Não poderá morrer sem dizer tudo.

José Saramago
(1922-2010)
R.I.P

terça-feira, junho 15, 2010

Manifesto de Almada Negreiros, dedicado aos "Dantas de Portugal"! Pim!

"…uma geração que consente deixar-se representar por um Dantas é uma geração que nunca o foi. 
É um coio d’indigentes, d’indignos e de cegos, e só pode parir abaixo de zero! 
Abaixo a geração! Morra o Dantas, morra! Pim!"

quarta-feira, junho 09, 2010

O meu "amigo" visitante... Ministro das Finanças

O meu "amigo" visitante... Ministro das Finanças, veio visitar-me.
já tinha saudades das suas visitas. Volte sempre, a casa (blogue)está à sua disposição. 
.................
Com amor
de um contribuinte espremido até ao tutano.

segunda-feira, junho 07, 2010

Para a classe política que temos, com amor.

O primeiro-ministro, José Sócrates assegurou que o Governo vai continuar com o encerramento de escolas para combater o insucesso escolar e considerou "criminoso" não ter avançado com o processo.”

Numa política de redução da dívida pública sem precedentes, a dupla Sócrates - Teixeira dos Santos conseguiu fechar cerca de 3.000 escolas primárias em Portugal em apenas 5 anos. Ou as crianças estão a "morrer" de estupidez, ou vão deixar de estudar... 
Afinal como pode um país desenvolver-se sem educação? (txt in a Máfia portuguesa)


Todos! todos! todos! Lixo, cisco, choldra provinciana, safardanagem intelectual!
Agora a política é a degeneração gordurosa da organização da incompetência!
(Álvaro de Campos, “Ultimatum”, Prosa Publicada em Vida, p. 280/281)

sexta-feira, maio 07, 2010

PEC ... meu amor

(cont.)>>>

quinta-feira, abril 08, 2010

Do Brasil... Deputada Estadual Cidinha Campos

Deputada Estadual Cidinha Campos fala sobre os ladrões da ALERJ, principalmente do Jose Nader

terça-feira, março 02, 2010

intervalo